Escrever sobre o futebol amador de Santa Cruz é rememorar um pouco as coisas da infância. É lembrar das tardes de domingo nos campos da cidade ou do interior, quando uma partida de futebol era o grande acontecimento da comunidade.
Na infância, tive a felicidade de vivenciar bem de perto as emoções que um jogo de futebol amador provoca em todas as pessoas envolvidas; desde o mais simples torcedor até o mais fanático dirigente.
Nasci e fui criado
nos arredores da "Timbaúva", campo do Flamengo do Arroio Grande, tradicional clube de Santa Cruz. Local que foi
palco de grandes e inesquecíveis tardes de domingo !
Lembro do trabalho incansável do "seu bombacha", espécie de faz-tudo do rubro-negro na época, que, nos dias de jogo, fincava ganchos de metal ao longo das quatro linhas do campo para tensionar uma corda, com o objetivo de separar a torcida do campo (não havia cerca na Timbaúva). Algo incomum para os dias de hoje, visto que a maioria dos estádios é cercado por alambrados. Naquele tempo, esse "perímetro" demarcado acabava contribuindo para a emoção e a tensão dos jogos, pois o torcedor ficava ali, a "meio metro" dos atletas. A cada gol, era uma invasão de torcedores...
Lembrar dos jogos no
campo do Flamengo é lembrar das famílias na torcida, do Paulo Britto, pela Rádio Santa Cruz, narrando jogos embaixo de uma lona improvisada nos dias de chuva, disputando audiência com Norberto Frantz, da Gazeta. Também lembro da
velha charanga cantando a tradicional "Madalena", um hino que só conhece quem
foi criança no final da década de oitenta, no Arroio Grande.
E como não lembrar do
cachorro-quente de linguiça, cheio de mostarda? Marca registrada nos campos da
"colônia". A grande sacada para nós, moleques, era juntar garrafas
em troca de um refri e um "cachoro-linguiça" ou, nos intervalos das
partidas, sentar perto dos jogadores para ganhar um "gole" de
refri.
Ao recordar tudo isso não poderia
deixar de lembrar dos grandes craques e das grandes equipes que desfilaram
pelos gramados do futebol amador de Santa Cruz.
Rememorar o Citadino, o Cinturão Verde, o Monte Alverne e o Municipal daquela época, é lembrar da "fumaceira" que os duelos entre
Flamengo e Farroupilha da Vila Schultz provocavam, ou então, os grandes clássicos de Monte Alverne envolvendo o União de Quarta Linha Nova, o Bangu e o timaço do Gaúcho, de Linha Vitorino Monteiro. Vale lembrar a máquina do Boa Vista,
bicampeão municipal 88-89, ou quem sabe, o temido Bom Jesus quando jogava em seu campo, lá no
"Camboim".
Na mesma época, os campeonatos de futebol de campo do SESI eram outra atração, pois as empresas reuniam o que tinha de melhor em matéria de craques do nosso futebol. Lembro de timaços da Reynolds, da Tabaccos e, é claro, da Philips Morris. Mas quem vivenciou aquela época também lembra do grande time do Excelsior, que mandava seus jogos no antigo campo, em frente ao frigorífico, um dos melhores gramados que Santa Cruz já teve.
Na mesma época, os campeonatos de futebol de campo do SESI eram outra atração, pois as empresas reuniam o que tinha de melhor em matéria de craques do nosso futebol. Lembro de timaços da Reynolds, da Tabaccos e, é claro, da Philips Morris. Mas quem vivenciou aquela época também lembra do grande time do Excelsior, que mandava seus jogos no antigo campo, em frente ao frigorífico, um dos melhores gramados que Santa Cruz já teve.
Vi, nessa época, o
surgimento de jogadores que fizeram fama no futebol amador de Santa Cruz: Paulinho
Schuster, artilheiro do Santo Antônio, (que, na força, parecia o Renato Gaúcho); Vini, ainda milico nos tempos de Flamengo; Zildo, o toque de classe no Linha Sta
Cruz, e a incansável polivalência de Oli, no grande Gaúcho. Lembro da fama de artilheiro do temido Jorge Beltran, do Pinheiral, atacante forte e matador.
É por isso que costumo falar aos amigos que tive o privilégio de assistir grandes jogos de uma "época de ouro" do futebol amador de Santa Cruz do Sul. Tempos de sangue, suor e amor a camisa.
É por isso que costumo falar aos amigos que tive o privilégio de assistir grandes jogos de uma "época de ouro" do futebol amador de Santa Cruz do Sul. Tempos de sangue, suor e amor a camisa.
Ao longo dos anos, novos craques surgiram e se destacaram pelos gramados do futebol amador santa-cruzense: Aurélio Schwertz, artilheiro com faro de gol; os irmãos Scheibler (Valdir,Traíra e Luciano); Redondo, que saiu da cidade pra conquistar o interior; Elias Schmidt, o "artilheiro de Venâncio"; Medeiros, Sabiá, Alex Keller, Miltinho, e tantos outros.
Até um certo Dudu acabou jogando alguns campeonatos nos gramados da cidade...
Até um certo Dudu acabou jogando alguns campeonatos nos gramados da cidade...
Bons tempos !!
É por isso que resolvi criar
este blog. Para fazer um registro daquilo que o futebol amador de Santa Cruz
sempre teve de melhor: a paixão por grandes equipes, atletas,
técnicos e dirigentes de nossos campeonatos.
Personagens que fizeram das tardes de domingo um acontecimento que vale a pena lembrar pra não ficar esquecido na história.
Personagens que fizeram das tardes de domingo um acontecimento que vale a pena lembrar pra não ficar esquecido na história.
Grande trabalho Dudu,momentos inesquecíveis nas tardes de domingo. Maestro Dudu, grande abraço.
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